Sinopse: Giselle Levy é meio-bruxa e vive isolada do mundo o o seu avô, escondida do olhar do rei. (...) numa tentativa de sobreviver, foi apanhada e chantageada por um dos príncipes de Kendrad, Cristian, que promete não a entregar, se ela for trabalhar para o palácio. (...) onde terá de lidar com as constantes tentativas de sedução do príncipe Cristian, os misteriosos olhares de príncipe Eli, os encontros escondidos com o seu melhor e único amigo, Rylan, e uma rei desumano com segredos obscuros.
Livro: Ponto Sem Retorno
Autor: Gabriela Simões
Editora: Edições Vieira da Silva
Nº de páginas: 238
Série: Giselle
Nº de série: 1
Por norma uma obra de fantasia é sinónimo de uma leitura mais pesada, no sentido em que implica explorar um mundo diferente, criado pelo autor. Neste sentido, o termo "leitura leve" está mais associado à literatura contemporânea, tanto jovem adulta como a famosa "chick lit". Contudo, esta obra surpreendeu-me ao ajustar-se neste tipo de literatura mais leve e rápida, que exclui a necessidade de uma concentração extrema. Dito isto, acho que é uma bom livro para quem procura este tipo de literatura mais ligeira e momentânea, o modelo adequado para uma tarde de verão na piscina ou uma manhã de inverno chuvosa.
No entanto, o livro tem alguns problemas impossíveis de ignorar. Grande parte da história é construída seguindo clichés ou aspetos presentes noutras obras conhecidas dentro do género. A título de exemplo, Giselle caça para sobreviver e partilha estes momentos difíceis com o melhor amigo, que cuida da sua respetiva família (Jogos da Fome), acaba a viver no palácio real (A Seleção) ou a revelação final (a mesma que em A Cidade dos Ossos). Adicionalmente, o final, apesar de em parte ter sido imprevisível (o atributo inesperado de Eli e o feitiço relativo ao avô), surge de forma forçada e conveniente.
Ainda assim, para mim o maior problema tem a ver com a construção dos diálogos, estes não surgem como genuínos mas sim como fabricações ilegítimas, retirando credibilidade às personagens. Outra questão é a dificuldade em respeitar a regra "Show, don't tell". Consequentemente, o leitor não consegue explorar o mundo por si, sendo constantemente bloqueado por descrições que dizem em vez de mostrarem. Por fim, a nossa protagonista sofre drásticas mudanças de humor devido aos seus poderes (neste mundo, é um dos efeitos secundários da magia), esta constante indignação e nervosismo com todos à sua volta, na maioria das vezes, soava mais a birra do que a mudança de humor, tornando a personagem um pouco irritante.
Finalmente, não posso deixar de mencionar que fiz esta leitura em conjunto com duas meninas super queridas, que conheci no Bookstagram: a Mariana (Banal Girl) e a Marta (The Book Mermaid). Obrigada, meninas, adorei esta partilha de reflexões, espero vir a fazer mais "buddy reads" com vocês.
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