30/06/2015

"Mataram a Cotovia", Harper Lee

Sinopse: Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. Através do olhar curioso e rebelde de uma criança, Harper Lee descreve-nos o dia-a-dia de uma comunidade conservadora onde o preconceito e o racismo caracterizam as relações humanas, revelando-nos, ao mesmo tempo, o processo de crescimento, aprendizagem e descoberta do mundo típicos da infância. Recentemente, alguns dos mais importantes livreiros norte-americanos atribuíram grande destaque ao livro, ao elegerem-no como o melhor romance do século XX.


Livro: Mataram a Cotovia
Autor: Harper Lee
Editora: Relógio d'Água
Nº de páginas: 340

A obra é narrada na primeira pessoa, sob a perspetiva de Scout Finch, uma rapariga de cinco anos que cresce com o desenrolar da ação, porém esta narra a história com um distanciamento de alguns anos, permitindo uma avaliação diferente dos acontecimentos. Desta forma, o leitor é presenteado por dois pontos de vista diferentes que se completam de forma progressista e genial, por um lado a inocência e o espírito livre da criança, por outro a perspicácia e o entendimento oferecidos pelo tempo à protagonista. Outra singularidade que se evidencia em Mataram a Cotovia, de Harper Lee, é o seu espaço, isto é Maycomb, uma pequena cidade repleta de curiosidades e de moradores cativantes, cujas respetivas histórias se interligam criando um círculo informal cheio cheio de mistérios. De facto, é a partir desta comunidade que Lee faz um retrato admirável da época de depressão dos Estados Unidos da América, abordando importantes questões como a discriminação racial e as graves consequências da crise da década de trinta. 
*Fonte*
"Têm todo o direito de pensar dessa forma, como também têm o direito à que as suas opiniões sejam respeitadas - disse o Atticus -, mas antes de viver com os outros, tenho de viver comigo próprio. E a única voz que se sobrepõe à regra da maioria é a nossa consciência."

Por fim, esta obra passou a integrar a minha lista de livros preferidos pela envolvente comunidade de Maycomb, pela irreverência e sagacidade de Scout, pela integridade e altruísmo de Atticus, pelos valores e pela lealdade de Calpurnia, pela sabedoria e simpatia de Miss Maudie, pelos mistérios e caraterísticas das restantes personagens. E, sobretudo, pela leveza da história que, apesar da escrita cuidada, não perde o ritmo vertiginoso que nos impede de pousar o livro, oferecendo ao leitor uma experiência literariamente deleitável.