Ela nada temia. Era uma criança de resposta rápida, de figura convicta, de olhar irreverente e sorriso astuto, de movimentos entusiasmados, de mãos curiosas, era uma criança com vontade de explorar, que se apresentava aos descobrimentos da vida. E ali voltava a passar, na rua da Dona Alice, que tanto gostava de conversar com a pequena erudita que parecia conhecer um mundo, um mundo independente, observável apenas aos olhares mais profundos e imensos. Porém, também Laura, a criança de livre espontaneidade, com a sua trotinete cor-de-rosa, os seus óculos de tamanho excessivo à sua face e um botim de cada cor, apreciava as conversas. A cima de tudo, respeitava aqueles diálogos, pois acreditava que a Dona Alice antes de ser velhinha havia sido professora e agora, que era velhinha, apenas ensinava os meninos que passavam de trotinete à sua porta.
01/10/2014
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